Um dos principais problemas do nosso país é sem duvida a mentalidade do nosso povo e governantes. Se bem que é uma realidade o desemprego, há também muitas pessoas que continuam a rejeitar empregos. Cada vez há mais pessoas a tirarem cursos superiores e menos a quererem especilizarem-se em determinadas profissões. Tenho conhecimento de empresas há procura de empregados tais como electricistas, mecânicos, entre outros não conseguem arranjar ninguem mesmo, pagando ordenados muito acima da média.

Enquanto na Europa, um engenheiro acabado de formar vai para o terreno trabalhar "com as mãos na massa", fazer aquilo para o qual andou a estudar, cá em Portugal, o engenheiro acabado de formar anda á procura de emprego no qual não tenha de sujar as mãos.

Por outro lado as empresas, que deviam estar a contratar esses mesmos engenheiros para fazer esse trabalho de electricista e de mecânica, para isso existem eng. electrotécnicos e eng. mecânicos, dizia eu, as empresas contratam um engenheiro para supervisionar o trabalho, porque são obrigados, e contratam alguns operários não qualificados para mexer nos fios eléctricos e nos motores, os operários recebem o salário minimo(356€ e o engenheiro(800€).

Mas será que o trabalho realizado tem qualidade? Claro que não! Não há problema em as pessoas tirarem cursos superiores, bem pelo contrário, mas tenmos de mudar as mentalidades de quem emprega e de quem procura emprego!

Paulo Miguel

Num pais onde 65% da população tem apenas o ensino básico (a média da OCDE é de 22%), apontar os que têm ensino superior como culpados do atraso é uma tremendo preconceito, muitas vezes fomentado por aqueles que querem um pais placidamente ignorante, à moda antiga. Alguém contesta que em Cuba 95% da população tenha um curso superior?
Há um problema de mentalidade, de facto. O ensino em Portugal é pouco polivalente e está ainda muito orientado para a sequência básico-secundário-superior-doutor. Alternativas como o ensino profissionalizante não são nem divulgadas, nem fomentadas e, no entanto, vêem-se a braços para aceitar todos os candidatos que nele pretendem ingressar. Os politécnicos são encarados (muitas vezes pelos próprios) como faculdades de 2ª, quando se há exemplos de sucesso nacional como o ISEL, responsável por inovações a nivel mundial como o sistema Multibanco e a ViaVerde.
A nova mentalidade passa por aceitar que a educação é um direito que cabe ao Estado garantir, e que deve ser respeitada nas suas diversas opções e ramificações.

Concordo com a ideia acima. Provavelmente o facto de termos ainda pouca percentagem de população com curso superior faz com que ainda se considere determinado tipo de escolhas como "de segunda" e ainda se mitifique a figura do "doutor".
A educação é um instrumento, seja qual for a via: universitário, politécnico ou ensino profissionalizante. O importante é haver qualificação, educação, instrumentos de trabalho que ajudem a resolver os problemas que surgem e que ao mesmo tempo tragam alguma inovação.

Penso que o José interpretou ou leu mal o que eu disse. Não me parece que ninguem aqui tenha culpabilizado as pessoas que têm um curso superior de nada. O que faz falta são pessoas qualificadas para aquilo que fazem tenham elas um canudo na mão ou não. Aliás a questão que eu foquei foi das mentalidades portuguesas em relação ao trabalho